Categorias
Uncategorized

A Pediatria, a Propaganda do Álcool na mídia e o Dr. Bartô

pediatria-e-o-drbarto

São Paulo já é Ambiente Fechado Livre do Tabaco (AFLT) desde 2009 com diminuição das doenças relacionadas ao tabagismo passivo. Mesmo assim, o Brasil tornou-se AFLT apenas em final de 2014. O lobby da indústria e o descaso de políticos e politiqueiros custou-nos quatro anos de atraso. Além da lei, o aumento do preço do tabaco, a proibição da propaganda e o tratamento gratuito nos levaram à diminuição do consumo de cigarros em 50% e a sermos o quarto país no mundo em numero de ex-fumantes.

Em estudo patrocinado pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP comprovamos que o uso das drogas lícitas se iniciam aos 10 anos de idade e, no último ano do ensino médio, 25% dos jovens estão fumando, 59% estão bebendo (álcool), 20% já usaram maconha e 5% já experimentaram o crack. Tudo é muito precoce e os 25% de jovens fumantes em escolas públicas no bairro do Butantã é um número bem superior ao de maiores de 18 anos fumantes (11 a 14%). Ou seja, há um risco de voltarmos ao passado no quesito tabaco.

Na cracolândia, há dependência de drogas ilícitas (maconha e crack) e de drogas lícitas (o álcool). Sempre considerei o tabagismo uma doença pediátrica, mas hoje digo que álcool, maconha e tabaco são doenças pediátricas. A Sociedade Brasileira de Pediatria vem se preocupando com esses temas e coloca claramente a necessidade do pediatra se envolver nessa luta da prevenção das drogas. Num consultório pediátrico não deveríamos ter coma alcoólico aos 14 anos de idade, bem como na fatídica festa de 15 anos não deveria ser autorizada bebida alcoólica pelos pais amigões. Esses são os piores. Também não deveríamos ter internações por surto psicótico desencadeado pelo uso da maconha.

Recentemente, aprovou-se a retirada da propaganda do álcool da mídia até às 21 horas. Agora, a propaganda de álcool só poderá ser realizada após às 21 horas e até às 23 h apenas em programas para maiores de 18 anos. Ouvimos pontos a favor e contra e é óbvio que a indústria da bebida alcoólica está se movimentando nos bastidores para reverter essa lei benéfica para retardar o início do álcool em jovens até que ocorra a maturação cerebral, pois qualquer droga iniciada antes dos 21 anos pode causar maior dependência.

Quando o projeto de prevenção de drogas “Dr. Bartô” vai às escolas e pergunta aos adolescentes qual é a droga menos traumática, eles respondem: maconha e álcool. Será que a sociedade sabe que o que mais mata o jovem hoje são acidentes, grande parte relacionados a essas duas drogas? Será que os jovens sabem que o álcool é responsável pelos maiores problemas sociais que temos, como abandono escolar, gravidez indesejada, mulher espancada, criança vitimizada, acidentes automobilísticos e morte, afogamentos, desemprego etc…?

Trabalhos neozelandeses demonstram que o abandono escolar e o insucesso na faculdade estão presentes 7 ou 8 vezes mais em quem usa drogas.Enquanto diminuímos o tabagismo, “forças ocultas” lutam a favor da descriminalização da maconha e favor da não retirada da propaganda de álcool da TV em horário de crianças e menores de idade assistirem seus programas.

Do ponto de vista médico, a retirada da propaganda de álcool da TV é um fator importante para retardar o início do álcool na nossa juventude. Outros passos têm que ser discutidos para avançarmos na prevenção da bebida alcoólica para menores de idade: aumento do preço, proibição da venda em postos de gasolina, não utilização em locais públicos, proibição de festas open-bar, etc…

Os pais também têm que se posicionar a esse respeito, pois se o adolescente bebe em casa com os pais, ele beberá fora de casa e aí, com os amigos, a quantidade será outra.

Coloco-me totalmente favorável à retirada da propaganda de bebidas alcoólicas em horários de crianças e adolescentes assistirem a mídia, e a favor de programas de prevenção de drogas nas escolas. E relembro que cerveja é bebida alcoólica.

*João Paulo Becker Lotufo é doutor em Pediatria pela USP, membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo e Sociedade Brasileira de Pediatria, responsável pelo projeto Dr. Bartô para prevenção de drogas no ensino fundamental e médio, responsável pelo ambulatório antitabágico do Hospital Universitário da USP.


Lotufo JPB. O conhecimento dos pediatras e pneumopediatras sobre tabagismo (carta ao editor). Pediatria (São Paulo) 2007;29(1):75-6.
Lotufo JPB. Tabagismo, uma doença pediátrica. In: Lotufo JPB. (Org.). Tabagismo, uma doença pediátrica. São Paulo: Editora Sarvier, 2007, p. 17-9.
Owen KP et al. Clin Rev Allergy Immunol. 2014 Feb;46(1):65-81. Marijuana: respiratory tract effects.
Epub 2013 Jul 12. Marijuana use and risk of lung cancer: a 40-year cohort

Lotufo JPB. Porque tornar o seu local de trabalho ou sua casa livre do cigarro.  In: Joao Paulo B Lotufo. (Org.). Tabagismo: uma doença pediátrica. São Paulo: Editora Sarvier, 2007,p. 31-5.

Categorias
Uncategorized

Pediatra ALERTA

pediatra-alerta

Pediatra João Paulo B Lotufo alerta: já recebe para tratamento crianças e adolescentes dependentes de drogas em São Paulo. Autor do livro “Álcool, tabaco e maconha: drogas pediátricas” tem procurado representantes da Prefeitura e do Estado para sensibilizar sobre esta preocupante realidade.

Lotufo é o Coordenador de programas antidrogas na Sociedade de Pediatria de São Paulo e na Sociedade Brasileira de Pediatria. Na foto, no lançamento de “Guerra pela vida- A campanha da Jovem Pan contra as drogas”.

Quando me deu de presente seu livro, Lotufo escreveu na dedicatória: “Para Izilda Alves, muitos projetos futuros”. Sem dúvida, juntos Lotufo, neste 2017.

Categorias
Uncategorized

Parar de fumar, uma difícil conquista

parar-de-fumar-uma-dificil-conquista

É preciso muita força de vontade e até ajuda profissional para deixar o vício da nicotina

Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado no fim de 2013 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostrou que 90% dos estimados 20 milhões de fumantes brasileiros querem parar de fumar. Contudo, apenas 7,3% deles procuram ajuda profissional. Largar o cigarro não é coisa simples. A dependência do tabaco é complexa e poderosa. O cérebro “acostuma-se” ao cigarro e fará tudo para que o fumante permaneça nessa condição. Parar de fumar, portanto, é uma conquista que pode levar tempo, mas a cada nova tentativa aumentam as chances de sucesso. O importante é não desistir.

O pneumologista João Paulo Lotufo encabeça o grupo de profissionais responsáveis pelos tratamentos antitabagismo no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com ele, a grande maioria dos dependentes de tabaco não procura ajuda profissional justamente por temer o fracasso. Convencer alguém a parar de fumar não implica infernizar a vida do dependente. “A insistência pela crítica não é um método eficaz. O ideal é sensibilizar o dependente quanto aos problemas relacionados ao cigarro para a saúde dele e das pessoas de seu convívio. Além disso, é necessário garantir estímulos e demonstrar apoio à iniciativa”, explica Lotufo.

A substância presente no cigarro responsável pela dependência química é a nicotina, que atua no sistema nervoso central causando sensação de bem-estar e leve euforia. Seu efeito é de pouca duração, cerca de duas horas, em média. Aos poucos, o organismo cria tolerância aos níveis de nicotina e, a cada dia, o fumante diminui mais o tempo entre um cigarro e outro. Não à toa, a nicotina detém o título de substância que mais provoca dependência química entre todas as drogas, licitas ou ilícitas.

Como o cigarro cria uma dependência de caráter diverso química, comportamental e psicológica é preciso intervir simultaneamente em todas as frentes. O primeiro passo, segundo os especialistas, é marcar uma data para largar o vício. Essa atitude assinala a virada que o fumante deseja dar em sua vida. A segunda etapa é árdua: a fase de abstinência. Com a interrupção do consumo de cigarro, o cérebro lançará mão de poderosas armas de persuasão para fazer o indivíduo voltar ao vício.

Todo fumante que ficou sem cigarro por algumas horas já foi alvo dessas armas cerebrais. Ansiedade, inquietação, tristeza, irritabilidade, distúrbios do sono, falta de concentração, dor de cabeça, alteração do hábito intestinal, tonturas esses sintomas são os responsáveis pelas recaídas. Basta uma tragada e, em segundos, todas essas sensações desagradáveis desaparecem. Após 48h sem fumar, a frequência das crises e a intensidade dos sintomas começam a diminuir, e assim prosseguem, gradativamente, dia após dia. Viciados em nicotina, os neurônios responsáveis pela sensação de prazer, ao sentirem falta da droga estimulam outros circuitos de neurônios, estes responsáveis pela indução à repetição. “Na maioria dos casos, o paciente que abandona o cigarro lança mão de alimentos açucarados e gordurosos, o que pode levar a um quadro de obesidade. Por isso, recomenda-se ter à mão alimentos mais saudáveis, como ‘palitos’ de cenoura, que, além de imitarem o formato do cigarro, satisfazem esses impulsos”, orienta Lotufo.

A prática de atividade física é outro hábito que deve ser incorporado à rotina do ex-fumante. Com os exercícios, o organismo produz endorfina, substância que libera a sensação de prazer corporal.

Medicação

o uso de medicação não é descartado. “São indicados adesivos que repõem em doses baixas a nicotina no organismo e medicamentos tomados via oral, como a bupropiona, que atua como antidepressivo. Há ainda a vareniclina, um remédio de alto custo que inibe o prazer proporcionado pelo cigarro. Esta última não está disponível no SUS (Sistema Unico de Saúde)”, diz Lotufo. Nenhum desses medicamentos provoca dependência que se compare à causada pela nicotina. O tratamento medicamentoso pode durar até três meses. Mas Lotufo ressalva: “o medicamento não é fator determinante para largar o cigarro. Tenho grupos de ex-fumantes em que os integrantes conseguiram largar o vício sem a utilização dos remédios”.

O último passo para largar definitivamente o cigarro é o tratamento comportamental ou psicológico. “Nesta fase, um profissional ajuda o paciente a identificar os ‘gatilhos’ comportamentais ou psicológicos que podem provocar recaídas. Entre os comportamentais, os mais comuns são situações como o cafezinho no meio da tarde e o consumo de álcool. Já os psicológicos referem-se às situações estressantes e emocionais ligadas ao cigarro, como fumar para lembrar um parente falecido que também fumava, por exemplo”, esclarece o pneumologista. No decorrer das etapas do tratamento antitabagismo, o dependente pode ser encaminhado a um grupo de apoio, onde encontra suporte de outros ex-fumantes para enfrentar as dificuldades.

Reação Positiva

A reação positiva do organismo ao abandono do cigarro é imediata. Depois das primeiras 36 horas sem fumar, a pressão arterial se equilibra e o risco de infarto já é bem menor. Quem fuma tem de duas a três vezes mais chance de enfartar do que um não-fumante. Após duas semanas sem tabaco, o paladar e o olfato aguçam-se, respirar torna-se mais fácil e o indivíduo ganha fôlego e disposição para praticar atividades físicas. A boca e as mãos perdem o cheiro de cinzeiro característico dos fumantes.

Aos poucos, doenças cardiovasculares, disfunção erétil e claudicação intermitente (má circulação nos membros inferiores, que pode levar à amputação) têm seus riscos reduzidos. “Infelizmente, o alto risco para as doenças degenerativas, como câncer e enfisema pulmonar, se manterá por pelo menos cinco anos após o último cigarro.

Dependendo da quantidade de cigarros consumidos durante a vida, pode demorar até dez anos para que as taxas de risco voltem a ficar no patamar de um não-fumante”, ressalta Lotufo.

Tratamentos gratuitos

Por meio do Programa Nacional de Controle 90 Tabagismo, do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito a quem deseja parar de fumar em mais de três mil unidades públicas de saúde espalhadas por mais de cinco mil municípios do país. O serviço contempla apoio psicológico, terapêutico e medicamentoso. Em 2013, o Ministério da Saúde informou que pretende levar o programa para 30 mil unidades de saúde. Os postos que oferecem esse tratamento no Estado de São Paulo estão listados na página do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), em www.saude.sp.gov.br.

O Hospital Universitário da USP também oferece tratamento gratuito contra o tabagismo. Os atendimentos são realizados em grupo, por uma equipe multiprofissional. Veja informações em www.tabagismo.hu.usp.br ou pelo telefone (11) 3091-9323, ou se tem problemas com ÁLCOOL, TABACO e MACONHA na adolescência, ligue para o Dr. Bartô no (11) 3024-7490

Legislação e campanhas antitabagistas

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 5 milhões de pessoas morrem anualmente de causas relacionadas ao tabagismo, um número maior que as vítimas da Aids, malária e tuberculose juntas. Para tentar amenizar o problema foi instituída a Convenção da OMS para o Controle do Tabaco, que visa a reduzir o tabagismo, incentivando as restrições à publicidade e vendas de produtos à base de tabaco. Mais de 170 países já aderiram à Convenção desde que ela entrou em vigor, em 2005.

O Brasil conta com legislação federal, estadual e municipal, a proibir o consumo de cigarros em ambiente fechado. Também estão em vigor a proibição de propagandas e a determinação para que os maços de cigarros tenham fotos a demonstrar os males causados pelo fumo. Além disso, é vedada a venda de produtos derivados do tabaco a menores de 18 anos E, em 26 de dezembro último, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nl! 12.921, que entra em vigor em junho próximo, que veda a fabricação e comercialização de produtos em formato de cigarro destinados a crianças e adolescentes. Fica ainda proibida a importação e distribuição desses produtos ou de mercadorias em embalagens que lembrem cigarros.

Categorias
Uncategorized

Palestra Unicid

Álcool, Tabaco e Maconha – Situação atual e Programa de Prevenção
Dr. João Paulo B. Lotufo

Intervenção breve – Prevenção no ensino fundamental e médio
Dr. João Paulo B. Lotufo

Importância do Advocacy na Prevenção ao uso de drogas
Dra. Mônica Andreis

Álcool – A realidade da dependência e tratamento
Dra. Alessandra Diehl

Estado nutricional, autopercepção nutricional e experimentação de drogas lícitas entre adolescentes atendidos no Pronto Atendimento infantil de um hospital escola.
Dra. Denise Máximo Lellis Garcia
Dr. João Paulo Becker Lotufo

Dependência Psicológica – Manutenção
Psicóloga Edinalva Cruz – Programa Antitabagismo – HU-USP

Tabagismo – Dependência e Tratamento: Reposição de Nicotina
Dr. Frederico Leon Arrabal Fernandes

MACONHA – dependência, tratamento, prevenção
Dr. Montezuma

Organização do Atendimento para Tratamento do Tabagismo
Dra. Maria Vera Cruz de Oliveira Castellano
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Categorias
Uncategorized

Palestras sobre Prevenção de Drogas no Ensino Fundamental e Médio no Colégio Santa Clara nos dias 15 e 16/06/2016

palestra-prevencao-de-drogas-colegio-santa-clara

Reunimos 119 pais de alunos numa quarta feira a noite.

Falamos com 600 alunos na quinta feira por 45 minutos e respondemos 1 hora e 30 de perguntas, em 2 turnos.

palestra-prevencao-de-drogas-colegio-santa-clara

Todos os pais e professores receberam um exemplar do livro “Alcool, Tabaco e Maconha – drogas pediátricas” de autoria do Dr João Paulo B. Lotufo.

Foram distribuídos mais de 2 mil livretos do Projeto Dr Bartô (www.drbarto.com.br). Prevenção é tudo!!!

PARABÉNS À DIREÇÃO DA ESCOLA, AOS PAIS E PRINCIPALMENTE AOS ALUNOS!

Categorias
Uncategorized

Pais fumantes perdem guarda de filho de 2 anos

03/06/15

BBC ​Brasil​

Inspetora de saúde disse nunca ter visto uma casa tão ‘enfumaçada’ na vida

Um menino de 2 anos será colocado para adoção na Inglaterra após uma juíza avaliar que a casa onde ele vive com os pais, fumantes, representa uma ameaça ao seu bem estar.

A inspetora de saúde envolvida no caso, Julie Allen, disse à corte da cidade de Hull, no noroeste inglês, que havia tanta fumaça na residência que ela teve dificuldades para respirar quando estava lá dentro.

Segundo Allen, ela nunca tinha visto uma casa tão “enfumaçada” em sua vida. Ainda foi encontrado muito lixo, entre o qual havia vários maços de cigarros vazios, no chão do local.

O menino tem problemas respiratórios e teve o uso de um inalador prescrito por um médico. Segundo assistentes sociais, sua roupas e brinquedos “fediam” a fumaça.

‘Nuvem de fumaça’

Menino de 2 anos já enfrentava problemas de saúde por causa de fumaça ​.​ ​A juíza Louise Pemberton decidiu pela adoção após ouvir o relato da inspetora de saúde.

“Ao entrar na sala de estar, Allen disse ter sido possível ver uma nuvem de fumaça em torno do pai e de seu filho”, disse a juíza.

“O garoto dormia no sofá e já enfrentava problemas de saúde por algum tempo a esta altura.”

Assistentes sociais ainda levaram à corte outras preocupações em relação aos cuidados do menino. A juíza ouviu que o pai do menino tem problemas mentais e havia feito um teste, com resultado positivo, para uso de cocaína.

Na casa “suja, fedida e sem qualquer higiene”, foram encontrados itens “normalmente usados” para o consumo de drogas.

“Tudo isso me levou a uma decisão difícil e inevitável, já que os riscos para a saúde do menino são muito grandes”, disse a juíza.

“A adoção é a uma opção disponível neste momento.”

Categorias
Uncategorized

Nos jornais de outubro, o caso da morte de Vitor Gurman voltou às notícias

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu que a acusada de atropelar e matar o administrador de empresas Vitor Gurman de 24 anos na época não vai a júri popular. O crime ocorreu em julho de 2011, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. A juíza do caso havia decidido que a motorista teria de responder a júri popular por homicídio doloso (intencional), por ter atropelado Gurman após ingerir bebida alcoólica. Mas por maioria de votos, agora em 2017, os desembargadores desclassificaram de homicídio doloso para culposo. O relator designado afirmou que não há indícios suficientes para comprovar que a motorista do carro que o atropelou agiu dolosamente, assumindo o risco de morte. 

De uma maneira ou outra as duas famílias estão sofrendo com este problema, mas alguém foi morto por um motorista embriagado. O problema do jovem e até do brasileiro é que muitos são binge drink, ou seja, bebem em excesso nos fins de semana, bebem por impulso.

Rafael Baldresca, que teve a mãe e a irmã atropeladas e mortas na calçada do shopping Vila Lobos, também nesta época, foi convidado um mês após o episódio a falar para os alunos da FMUSP no HU USP. Ele comentou que se as coisas não mudassem, em 20 anos todos nós teríamos um familiar ou amigo próximo com a vida perdida vítima de um alcoolizado dirigindo. Eu já tenho o meu caso ocorrido há muito tempo mas que deixou marcas irreparáveis na família.

Em 2012, no auge da implantação da lei seca aqui em São Paulo, duas residentes, minhas alunas, da faculdade de Medicina da USP, foram até dois bares da Vila Madalena e entrevistaram 50 pessoas que estavam bebendo nestes locais. 25 destas iriam dirigir e 25 não iriam dirigir. A média de shops entre os dois grupos foi de 4 unidades por noite, variando de zero a dez, nos 2 grupos: o que iria dirigir e o que não iria dirigir. Ou seja havia uma pessoa que não havia bebido em cada grupo e uma outra que havia bebido 10 shops e que também iria dirigir. Não houve diferença nas medições dos bafômetros nos 2 grupos.  E o pior é que aqueles que não iriam dirigir iriam pegar carona com aqueles que iriam dirigir. Uma dose de álcool já altera a percepção e reconhecimento pelo jovem em identificar se o motorista do carro está ou não embriagado. Ou seja, a lei seca nada significava.

Na mesma época eu fui a um churrasco com os meus residentes e no final dele abri a minha maleta e tirei dela dois bafômetros, um descartável e outro igual ao da polícia. Este foi o último churrasco que eu fui convidado, mas saí de lá com um “trabalhinho científico”. Dos 11 residentes, todos haviam tomado cerveja. Quem bebeu durante o churrasco 4 ou 5 latas de cerveja iria sair de lá dirigindo.

O problema do álcool começa dentro de casa. Cada um de nós é responsável pela iniciação precoce no uso de bebida alcoólica nos nossos jovens. A principal medida para estancar esta praga (que é a iniciação precoce de bebida alcoólica) é a retirada da propaganda da mídia das 6 às 21 hs.  Há 20 anos atrás ninguém pensaria que não estaríamos fumando dentro de recintos fechados, mas isto aconteceu. Espero que a retirada da propaganda de cerveja  da mídia ocorra em breve, pois a retirada da propaganda. Do tabaco foi fundamental para diminuição de 30% de fumantes no país para 10% em 20 anos.

Um filho de amigo perguntou ao pai o que era ser BRAMEIRO, pois aos 8 anos ele havia visto propaganda na TV na hora do futebol que dizia: “O meu sucesso é por que eu sou Brameiro”. Nossas crianças já estão crescendo com a ideia de que o sucesso é porque somos brameiros. Pelé nunca fez propaganda de cigarro ou bebida alcoólica, mas os nossos jogadores teimam em fazê-lo. Parabéns ao Pelé. Esporte não combina com bebida alcoólica. Temos que mudar a legislação da propaganda da bebida alcoólica pois a cerveja na lei da propaganda é considerada refrigerante. E cerveja também tem álcool.

Categorias
Uncategorized

Jornal da Cultura Debate a prevenção e combate ao álcool e às drogas na infância e adolescência

Segundo um estudo realizado no Hospital Universitário da USP, entre os pacientes, o uso de álcool no ambiente familiar é bastante elevado (43,5%), seguido pelo tabaco (34,5%), maconha (27,5%) e crack (11,5%). O programa informa os riscos que o consumo de álcool e drogas trazem para saúde dos jovens e alerta sobre a importância de familiares não incentivarem essa prática. CONVIDADOS JOÃO PAULO BECKER LOTUFO – pediatra e coordenador do Grupo de Trabalho de Combate ao uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da Sociedade de Pediatria do Estado de São Paulo EDINALVA CRUZ – psicanalista e psicóloga do Programa Antitabagismo do Hospital Universitário da USP

Categorias
Uncategorized

1940: Passageira que não quis pagar tarifas de trem, pois se fumava no transporte público em cidade dos EUA em 1940

noticia-passageira-1940

1940: Passenger Who Didn’t Pay Fares Because of Tobacco Is Sued

TRENTON, NJ – Sra Amy P. Shirk, 62 anos de idade, foi processado por 18,72 dólares pelo Reading Railroad. Ela era ” alérgica à fumaça do tabaco ” e recusou-se a pagar 117 passeios, a 16 centavos cada, em um carro do Reading local entre Pennington e West Trenton. No processo, aberto contra a estrada de ferro no Tribunal Distrital de Trenton, disse que a Sra Shirk fez as viagens entre abril e setembro de 1939, mas recusou-se a pagar, porque o condutor não acatou seu pedido de impedir que outros passageiros não fumassem a bordo.
Ela pagou suas tarifas a partir de West Trenton para Nova York, após a transferência para um bonde que incluiu carros em que foi proibido fumar.
Sra Shirk, que dirigia uma fazenda de gado leiteiro em Pennington, disse que ela pensava em si mesma. ” Se ela perdesse a ação, disse que iria recorrer. ” Tabaco ”, disse a Sra Shirk, ” faz-me doente e fico com urticária. Eu sou alérgica a fumaça. ” –

New York Herald Tribune, edição europeia, 23 março de 1940

Dr Bartô adverte no bom sentido: Impressionante o fato de pessoas já lutarem contra o fumo passivo em 1940, e o Brasil demorou para aprovar esta medida, mas o fez em 2014.

Como diz meu amigo Dr Alberto Araujo do Rio de Janeiro, antes tarde do que nunca.

Categorias
Uncategorized

Sou evangélico, e cada vez mais admiro o Papa!

Papa diz ser permitido palmada em crianças, desde que não ofenda sua dignidade

sou-evangelico-papa

O papa Francisco disse sem dor no coração que é permitido bater nos filhos para discipliná-los, desde que a dignidade das crianças não seja ameaçada. Ele fez esta declaração durante sua audiência semanal, que desta vez foi devotada ao papel do pai dentro da família. “As qualidades de um bom pai são: ser alguém que perdoa mas também poder “corrigir com firmeza”, sem com isso desencorajar as crianças”.

Os itens de afastamento de droga na família mais importantes são: espiritualidade, família unida com LIMITES, atividades culturais, atividades sociais e bons amigos.

Em estudo realizado nas escolas públicas do Butantã, no entorno da USP (Universidade de São Paulo) confirmaram em 6500 entrevistados dos 10 aos 17 anos que 90% dos alunos se consideram com pouca espiritualidade, 90% não tem atividades culturais ou sociais fora do período escolar, 38% são filhos de pais separados e 4% filhos de pais ou mães falecidos. 

Partindo do princípio de que o tabaco, o álcool e a maconha se iniciam dentro ou no quintal de casa, é de fundamental importância impor certos limites na educação. E na opinião do Dr Bartô, as palmadinhas podem fazer parte destes limites.

O  porta-voz do Vaticano afirmou que o papa não estava incentivando a violência contra as crianças, mas sim “ajudando alguém a crescer e amadurecer.”  Ele reafirmou que os pais devem poder retificar as ações inapropriadas de seus filhos impondo certas conseqüências razoáveis, tendo em vista a capacidade da criança de entender o corretivo.”